Esta é uma pergunta que no Brasil, a cultura é totalmente adversa a razão administrativa.
Traçando uma comparação com os Estados Unidos da América, segundo Kanitz, culturalmente, foi um país mais bem administrado, planejado, sempre voltado para a gestão, é um país gerenciado por administradores de fato. Por sua vez o Brasil cresceu de forma desordenada não havendo grandes planejamentos, sempre fomos administrados por profissionais de outras áreas, ou até mesmo de área nenhuma. Sendo assim, os cidadões brasileiros não graduados em administração e áreas afins, atônitos por um aumento de renda, visando um ideal de um produto de sucesso e ou prestação de serviço acaba tornando-se um empresário e constitui de forma legal a sua empresa.
Um dado levantado pelo grupo SEBRAE em 2004 informa que todo o ano foram registrados 470 mil NOVAS empresas!
Levando em consideração que muitas dessas milhares de novas empresas, um dado catastrófico, após o segundo ano do exercício da empresa, aproximadamente, 233 mil empresas (49,4%) entram em concordata é o que mostra a pesquisa “Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas no Brasil”.
O estudo do SEBRAE ainda foca quais as causas principais da mortalidade precoce de tantas empresas. O resultado destacados foram: (1) falta de planejamento na abertura de negócios; (2) falta do capital de giro; (3) problemas financeiros; (4) falta de conhecimento de gestão de negócios, somente depois destes quatro itens, estão relacionados problemas com a economia e com a elevada carga tributária.
Realizando uma interpretação dos resultados demonstrados, na óptica de administrador, o resultado número (1) é vital para estudar o negócio aonde se quer atuar, uma vez que um plano de negócios, que é o termo utilizado para um planejamento de abertura de negócios, é o plano diretor da empresa, ou seja conterá todas as características, objetivos, custos e resultados a serem obtidos para a viabilidade de abertura da empresa. Sem um levantamento de concorrentes, preços ofertados pela concorrência, análise de mercado, análise dos investimentos a ser realizados para o capital social da empresa: é como andar de bicicleta com os olhos vendados, ou seja, podes até saber pedalar, porém tu não sabes qual é a direção a ser seguida, e ainda dá a seguinte desculpa: não batendo em um poste, é o que conta!
O resultado número (2) nos mostra um descontrole do fluxo de caixa da empresa, em outras palavras, o empresário gasta mais do que recebe, não havendo um fluxo de caixa regular que é outro grande problema, pois na maioria das vezes, com é o caso do item (3), empresários acabam realizando um (dois, três, quatro) financiamento(s), sem ao menos calcular o quanto irão receber nos meses em que deverão cumprir com o pagamento da(s) parcela(s) do(s) financiamento(s).
No tocante da falta de conhecimento da gestão de negócios (4), já não é uma novidade, conforme Kanitz, desde 1832 a 1964 a profissão mais freqüente era o advogado, e tal profissão foi a que mais influenciou o país, uma vez que foi a que estava mais presente nos currículos dos nossos presidentes até o ano de 64. A partir da revolução de 1964 a legalidade “derrubou” com o idealismo de profissionais das ciências jurídicas, que governavam o nosso país, dando início a era do economista que perdura até hoje. Kanitz, ainda realiza uma comparação de que em 1994 haviam, apenas, 350 cursos de administração, contra, 2.300 cursos atualmente. Sendo assim, a administração é um tema muito recente, planejamento estratégico e suas ferramentas administrativas são totalmente descartados para a grande maioria dos empreendedores brasileiros.
Em face da realidade brasileira, e com o objetivo principal da criação deste blog, irei trazer para os próximos posts quais são os primeiros passos a serem realizados, traçando comparativos com cases de sucesso, para abrir uma empresa ANTES de constituir o CNPJ em uma Junta Comercial.
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Fonte:
http://asn.interjornal.com.br/noticia.kmf?noticia=2185061&canal=207 (acessado em 17/09/2009 as 01:45)
http://www.kanitz.com/veja/administrador.asp (acessado em 17/09/2009 as 09:30)
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Ricardo Dias Américo é administrador pela PUC-RS.
2 Responses to “O que vem primeiro: Abrir um negócio ou Administrar?”
ooooooooooo brother to te seguindo aí! UHASUDHASDUHSAD
Pq tu não bota ali no lado histórico de postagens...na minha opinião fica mais fácil acompanhar as postagens!
grande abraço!
mas ta ali, em memórias!
abraço!
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